Um pouco sobre nós
A nossa história do século XVI
O edifício da Casa das Varandas, actual “Varandas de Lisboa” data do séc. XVI e foi recomendada por D. Manuel I, em Carta de 1508.
Localiza-se na Rua dos Bacalhoeiros, que foi conhecida até 1859, por Rua dos Confeiteiros devido às lojas de doces que ali existiam. A Rua dos Bacalhoeiros deveu depois o seu nome ao comércio de bacalhau que ali proliferou.
O edifício “Varandas de Lisboa” localiza-se numa zona onde existiu uma muralha de defesa da cidade de Lisboa – a chamada Cerca Velha ou Cerca Moura. Segundo Augusto Vieira da Silva, um eminente olissipógrafo, esta teria aproximadamente 1.250 metros de comprimento na sua extensão total, 2 a 2,5 metros de espessura e incluía no seu interior uma área de aproximadamente 15,6 hectares. A área total de Al-Usbuna, a Lisboa árabe, seria aproximadamente 30 hectares – a área muralhada e arrabaldes.
Há conhecimento que este edifício sofreu restauros e possíveis acrescentos, durante os anos 40 do séc. XVIII, por parte de D. Rodrigo de Menezes.
Após o terramoto de 1755, que afectou muito as suas fachadas, sobreviveram apenas as cantarias das lojas, das sobrelojas e dos três andares, preenchidos por nove varandas de balaústres em ferro. O edifício foi objecto de reconstrução em 1761 por Francisco Crespo.
Finalmente, e depois de um incêndio em 1781, assistiu-se à intervenção de 1803-1805 por parte de Domingos José de Sousa, onde foram acrescentados dois andares e as águas-furtadas. Os andares acrescentados, de varanda corrida de base rectangular fizeram a ligação dos dois prédios (nº 6 e nº8), aproveitando paredões e elementos ornamentais existentes.
Em 1984, o actual proprietário adquire o edifício Casa das Varandas e em 2009 começa um profundo projecto de requalificação do mesmo, respeitando o traço e as características arquitectónicas pombalinas que o distinguem, com arcos em pedra e gaiola pombalina, um sistema de construção anti-sísmica utilizado na Baixa Pombalina de Lisboa após o terramoto de 1755, consistindo numa estrutura tridimensional de madeira embebida nas paredes de alvenaria.
Na fachada principal, a actual praça do Campo das Cebolas intervencionada em 2018, apresenta amplos espaços de lazer e um espaço público de qualidade, tendo sido conhecida, antes do Terramoto de 1755, como Praça da Ribeira Velha onde durante 200 anos esteve um dos melhores mercados de peixe de Lisboa.